terça-feira, 21 de outubro de 2014

4ª Postagem: Os poderes milagrosos da... urina?

"A agência de notícias Nova China divulgou que mais de 3 milhões de chineses bebiam a própria urina com fins medicinais."
"No Egito, equipes de resgate encontram um homem de 37 anos vivo, no meio do entulho proveniente de um terremoto. Ele sobreviveu durante quase 82 horas em razão de beber a sua própria urina. A sua esposa, filha e mãe recusaram-se a fazer o mesmo e vieram a falecer"
  Tendo como base os seguintes casos, vamos iniciar mais um fato da história da bioquímica em casos clínicos. O objetivo dessa postagem será tratar de uma das formas de tratamento alternativas que ganham destaque com o passar dos tempos: a urinoterapia.
   Na verdade, o uso de tratamentos como a urinoterapia é algo milenar em muitos países, mas que não é aceito ainda pela CRM como uma forma de tratamento. O principal argumento utilizado por aqueles que são contra tal prática é a de que: a urina é excretada pelo corpo com os componentes que são desnecessários ou até mesmo prejudiciais ao corpo, não havendo motivos para sua ingestão.
   Antes de tudo, é necessário uma revisão dos componentes integrantes da urina:
Ácido Ascórbico ..... 30 mg/dia 
Ácido Fólico ..... 4 mg/dia 

Ácido Glutâmico ..... 308 mg/dia 

Ácido Pantotênico ..... 3 mg/dia 

Alanina, total ..... 38 mg/dia 

Alantina ..... 12 mg/dia 
Amino-ácidos, total ..... 2.1 g/dia 
Arginina, total ..... 32 mg/dia 
Bicarbonato..... 140 mg/dia 
Biotina ..... 35 mg/dia 
Cálcio ..... 23 mg/dia 
Creatinina ..... 1.4 mg/dia 
Cistina ..... 120 mg/dia 
Dopamina ..... 0.40 mg/dia 
Epinefrina ..... 0.01 mg/dia 
Fenilalanina ..... 21 mg/dia 
Ferro ..... 0.5 mg/dia 
Fósforo, orgânico ..... 9 mg/dia 
Glicose ..... 100 mg/dia 
Glicina ..... 455 mg/dia 
Inositol ..... 14 mg/dia 
Iodo ..... 0.25 mg/dia 
Lisina, total ..... 56 mg/dia 
Magnésio ..... 100 mg/dia 
Manganês ..... 0.5 mg/dia 
Metionina, total ..... 10 mg/dia 
Nitrogênio, total ..... 15 g/dia 
Ornitina ..... 10 mg/dia 
Potássio ..... 2.5 mg/dia 
Proteínas, total ..... 5 mg/dia 
Riboflavina ..... 0.9 mg/dia 
Triptofano, total ..... 28 mg/dia 
Tirosina total ..... 50 mg/dia 
Uréia ..... 24.5 mg/dia 
Vitamina B6 ..... 100 mg/dia 
Vitamina B12 ..... 0.03 mg/dia 
Zinco ..... 1.4 mg/dia

    Como podemos perceber pela lista, a urina é composta em grande parte pela água(96 por cento, em média) e alguns compostos que são produzidos pelo nosso metabolismo e retirados do sangue durante sua purificação pelos rins, tais como a uréia e a bilirrubina(responsáveis pela cor amarelada da urina).    Esse é o ponto que aqueles contrários à urinoterapia utilizam, no entanto também encontramos compostos que podem ser utilizados pelo nosso organismo durante a homeostase, alguns consumidos em nossa própria dieta.
    Entre esses compostos, podemos citar:
-Ferro: componente que, curiosamente, possui uma baixa taxa de absorção. Tem grande importância na formação da hemoglobina e, consequentemente, na respiração celular. Seu deficit pode levar à fraqueza capilar, fraqueza, anemia e grutas nos lábios
-Lisina: aminoácido que auxilia no crescimento ósseo, auxiliando na formação de colágeno.
-Ornitina: aminoácido utilizado no tratamento de hiperamoniemia e distúrbios hepáticos, auxiliando, também, no sistema imunológico. 
    Mesmo com a presença de componentes importantes para o organismo, as quantidades presentes na urina são muito baixas se comparada com aquelas necessárias diariamente, além de que muitos desses compostos estão presentes na urina por estarem em excesso no organismo. Ou seja, o consumo de urina não serve como uma forma de garantir nutrientes para o corpo, mas sim um controle na dieta.
     Eis que temos um dilema: como explicar a grande quantidade de pessoas que utilizaram e ainda utilizam a urinoterapia como forma de tratamento, casos estes que afirmam terem sido curados de problemas como dores na vesícula, mal-estar generalizado, alergias e, em casos mais extremos, cânceres e depressão, que tudo não passou de uma farsa?
     A verdade é que não podemos, até mesmo porque o tratamento não é uma mentira por completo. Mesmo que os fatores que levam a urinoterapia a conseguir resultados positivos contra quadros clínicos considerados irreversíveis pela medicina tradicional, sejam duvidosos, ao menos uma conclusão podemos ter. Esta é a de que os praticantes da urinoterapia ultrapassam a barreira cultural de que ingerir sua prórpia urina é algo inimaginável, como se não pudesse ser aceito pela sociedade. Ao transpor essa barreira, o paciente sente-se muito mais confiante e acredita mais em seu próprio potencial, trazendo diversos benefícios para o seu organismo, principalmente na melhora de seu sistema imunológico.
     É importante lembrar que a prática da urinoterapia não consiste apenas em ingerir a urina. Antes de tudo, é necessário uma etapa de uso de chás naturais que procuram retirar o cheiro e o sabor da urina, tornando-a " mais saudável" paea que possa haver o consumo. A quantidade de urina ingerida por dia e a faixa do dia em que deve ser ingerida também altera dependendo da necessidade do paciente.
    Por fim, temos uma prática que, mesmo não havendo embasamento científico para que seja posta em prática, auxilia na amenização de muitos sintomas de problemas fisiológicos dos pacientes. A urinoterapia serve como uma forma de garantir um melhor bem-estar e diminuir as dores dos pacientes, tratando as consequências do problema ao invés das causas; mas em casos em que tanto as causas quanto as consequências não eram tratadas pela medicina tradicional, a urinoterapia surge como uma forma de auxílio. 
   No entanto, o uso dessa forma de tratamento chega a mais um impasse. Mesmo que tenha sido utilizado há séculos, a falta de divulgação dos compostos encontrados na urina e suas vantagens para o organismo apresenta-se como uma comprovação de algo que as empresas farmacêuticas não querem: o conhecimento por parte da população de que podem conseguir uma forma de tratamento gratuita produzida pelo prórpio corpo. Afinal, casos de pessoas que sentem dores em alguma parte do corpo sem que haja um tratamento pela medicina tradicional não são raros, e a indústria farmacêutica aproveita esse mercado para a venda de seus medicamentos.
O uso da urina também pode ocorrer em casos de sobrevivência, como nos desertos ou em alto-mar. Muitos são os casos de pessoas que ingeriram a própria urina devido à escassez de água, garantindo ,dessa forma, sua sobrevivência.
Fonte:
http://www.revistasina.com.br/portal/factual/item/853-tomar-urina?-o-que-voc%C3%AA-%C3%A9-capaz-de-fazer-pela-cura?
http://www.paradisenow.net/urina-proprio-perfeito-remedio.html
http://hypescience.com/posso-beber-minha-propria-urina/



7 comentários:

  1. Como falado na postagem, é estranho a urina ter esse poder de tratamento já que ela elimina justamente os excessos do organismo. Quanto ao poder hidratante e até nutricional existe um sentido, já que mesmo sendo eliminados pela urina muitos desses compostos necessitam ser ingeridos diariamente. A explicação dada para isso por alguns pesquisadores é que na verdade a maioria dessas substancias excretadas pela urina não são necessariamente "lixos", mas apenas desnecessários em excesso no corpo naquele momento, ou seja, essas substancias não são necessárias em excesso naquele momento. Porém, quando qualquer um desses estiver em falta ou necessitarem ser usados em uma quantidade maior pelo organismo, a sua concentração na urina diminui para que fique mais tempo no corpo.

    Fonte: http://www.saudecompleta.com/index.php/publicacoes-cientificas/publicacoes-cientificas/imunologia/urinoterapia.html

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  2. Interessante que a urinoterapia pode ser usada como uma forma extrínseca de controlar a hidratação do corpo, já que a água que seria eliminada volta ao organismo. Intrinsecamente temos o hormônio ADH agindo com essa função. A principal função do ADH é controlar a osmolalidade e o volume dos líquidos corporais. Os neurônios secretores são ativados em consequência do aumento na pressão osmótica ou redução da pressão hidrostática sanguínea. A liberação desse hormônio suscita um potente efeito vasoconstritor, fazendo com que a retenção de água aumente, atuando como hormônio antidiurético. O aumento da permeabilidade dos túbulos coletores e dos ramos espesso ascendente da alça de Henle, resultante da exposição das aquaporinas na membrana apical, possibilita a difusão da água encontradas nas células dos túbulos para a região medular do rim. Dessa forma a água que seria eliminada na urina é absorvida. Interessante pensar que doenças as quais inibem a produção de hormônio ADH podem então ser controladas pela ingestão de nossa prórpia urina. É importante, entretanto, atentar para o fato de que algumas condições do nosso organismo como diabetes e elevado teor alcoólico no sangue inibem o ADH à fim de que o excesso de glicose o os restos metabólicos do álcool, respectivamente, sejam eliminados. Nesses casso a utilização da urinoterapia é altamente contraindicada, pois estaríamos retornando aquilo que é realmente prejudicial ao corpo no momento. http://www.infoescola.com/hormonios/hormonio-antidiuretico-adh/

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  3. O mais louco disso é que existem casos em que a urina é a fonte principal de ingredientes usados na medicina tradicional. Urina de éguas prenhas é a principal fonte de estrogênios para medicamentos como o Premarin. A urina de mulheres grávidas também é rica em hCG, que pode ser isolado e utilizado na fabricação de medicamentos de fertilização como o Menotropin

    FONTE
    http://www.rxlist.com/repronex-drug.htm
    http://www.medicinanet.com.br/bula/4218/premarin.htm

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  4. É interessante levar em consideração que o exemplo dado da pessoa que sobreviveu por tomar sua própria urina não ficou viva necessariamente pelos seus compostos, mas pela reidratação que a urina possibilitou. É interessante também levar em conta os níveis com que a urinoterapia trabalha, pois a excreção de amônia na forma de ureia se dá por ela, sendo uma constante re-ingestão causar intoxicação por acumulo de N no corpo.
    fonte:http://www.ebah.com.br/content/ABAAABmoEAI/sistema-urinario
    http://www.saudecompleta.com/index.php/publicacoes-cientificas/publicacoes-cientificas/imunologia/urinoterapia.html

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  5. A postagem e alguns comentários acima mostraram que existe certa lógica na urinoterapia, pondo em questionamento a "função dos rins de excretar componentes tão importantes para o funcionamento do corpo". Entretanto, deve-se levar em consideração que não é unica e exclusivamente o fator qualitativo que importa. O corpo possui mecanismos para a regulação da osmolaridade e do nível dos líquidos corporais, o que inclui o intercâmbio de solutos e solventes através de meios físicos que separam os compartimentos intracelular, intersticial e intravascular e, além de tudo, a atividade dos rins, que filtram os excessos. Por exemplo, a vitamina C (Ácido Ascórbico) é bastante importante para a homeostase corporal, mas seu excesso pode levar a cálculos renais, distúrbios gastrointestinais e, em situações críticas, até a morte. Por isso que a concentração desse componente na urina é elevado (30 mg/dia), quando comparado com outros componentes. Dessa forma, é importante levar em consideração os critérios quantitativos na análise não só da urina, mas de todos os produtos e processos fisiológicos do corpo.

    Fontes: http://alimentacaoviva.blogspot.com.br/2008/04/urinoterapia.html
    http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/excesso-de-vitaminas/
    Aulas de Biofísica com o professor Paulo Humberto

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  6. Postagem realmente interessante, já havia ouvido sobre a urinoterapia, principalmente por ser praticada por alguns lutadores como Lyoto Machida, mas nada muito aprofundado como nessa postagem. Interessante também saber que, mesmo apesar das críticas que a medicina tradicional faz a essa técnica, se utiliza da urina na confecção de diversos medicamentos, como foi citado pelo Caio. Os defensores da urinoterapia pregam que o líquido amniótico é, principalmente, urina. Dizem que o bebê "respira" líquido amniótico cheio de urina continuamente e sem esse fluido os pulmões não se desenvolvem. Defendem ainda que a maciez da pele das crianças e a capacidade dos bebês in utero de se curar rapidamente sem cicatrizes após sofrerem cirurgias pré-natais se devem a às propriedades terapêuticas do líquido amniótico rico em urina. Para os defensores da urinoterapia, a medicina tradicional se opõe a esse tipo de tratamento justamente por não trazer benefícios monetários, como foi sugerido na postagem.

    Referência: http://www.saudecompleta.com/index.php/publicacoes-cientificas/publicacoes-cientificas/imunologia/urinoterapia.html

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  7. É interessante notar que a cor amarela da urina se deve à sua composição. A amônia (proveniente das células) e a bilirrubina (originada no romper da hemoglobina) são substâncias indesejáveis em nosso corpo, daí mais uma tarefa para nossos filtros, os rins, que se encarregam de converter a amônia em ureia e a bilirrubina em urobilinogênios. Esses últimos dão a cor amarela à nossa urina. Os vários tons de amarelo podem indicar condição de maior economia de água (urina mais escura) ou de maior disponibilidade de água no corpo (urina mais clara).
    Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/o-porque-cor-urina.htm

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