Nosso primeiro caso tem a seguinte manchete:
''O terapeuta belga Patrick Vermeir pôs em prática uma nova forma de tratamento: ele permitia que seus pacientes o espancassem para que se livrassem do estresse do trabalho. Ele usava uma roupa protetora e, depois que apanhava, conversava com o paciente sobre o que desencadeou a raiva.''
Algo que para muitos seria cosiderado ínfimo foi trabalhado por Patrick Veimer de uma forma um tanto... curiosa. Nessa forma de tratamento, é necessário uma análise sobre seus reais motivos.
A raiva é interpretada como uma emoção e, como tal, representa uma alteração psicológica que possui consequências nas áreas comportamental e física; no caso, desagradáveis. Sua influência começa através do sistema nervoso autônomo e, por conseguinte, passa à ativação motora e à ativação glandular., tal como é o caso da glândula adrenal que libera a adrenalina.
O problema maior não é representada pela demonstração do sentimento de raiva em si, pois, como qualquer sentimento, esta é uma representação de uma emoção em sua forma física. No entanto, quando a mesma(ou outras emoções que acompanham, tal como a ansiedade) permanece por tempos prolongados, o bem estar psicológico será seriamente prejudicado e as alterações fisiológicas tornar-se-ão excessivas ao corpo. Tal situação torna-se comum nos casos em que o paciente procura "controlar" suas emoções, mas isso não indica que o paciente não esteja experimentando essas emoções negativas que, mais ainda, podem acumular-se até um momento de manifestação máxima, também conhecida como "explosão" do paciente.
Eis o principal fator da terapia utilizada por Patrick Vermeir. Em sua forma de tratamento, a primeira parte consiste em evitar esse acúmulo de sentimentos negativos no paciente para evitar a alta reatividade fisiológica.
Entre essas respostas do organismo, podemos citar:
-Dores constantes de cabeça, lombalgias e, no caso das mulheres, dores pré-menstruais
-Diminuição no sistema imunológico, indicando uma facilidade do paciente em adquirir doenças
-Hipertensão arterial, arritmias e outros transtornos cardiovasculares
-Síndrome da hiperventilação, rinite alérgica e outros transtornos respiratórios
-Dermatites, urticária e outros transtornos dermatológicos
É importante ressaltar, também, que as manifestações do estresse e das emoções negativas pode ocorrer de formas indiretas, tal como a atuação de uma prática de vida que não seja saudável, mas que procure dar um "conforto" imediato ao seus praticantes, resultando, futuramente, em consequências como a diabetes e a queda da auto-estima.
Anatomicamente falando, o estado de raiva é originado através do sistema límbico ou sistema das emoções. Nesse caso, tem-se o hipotálamo como principal centro responsável pelo controle da raiva, trabalhando em conjunto com a área pré-frontal e com o hipocampo.
Falaremos mais sobre o estresse em nossa poxima postagem.
A história contada na postagem mostra um pensamento que a muito tempo ocupa as teorias dos livros de medicina, entretanto, pouco são explorados no cotidiano clínico, no consultório do médico. A situação de estresse no qual o organismo do paciente está inserido pode provocar mudanças no metabolismo e na fisiologia geral, o que pode causar vários problemas manifestados na forma de doenças. A vida cotidiana tem levado várias pessoas a desenvolverem moléstias cujas formas de tratamento são apenas casuais, e não trazem mudanças reais no estilo de vida, tornando o corpo propenso a contrair a mesma doença no futuro, ou até novas. Uma carga muito acentuada de adrenalina, por exemplo, pode levar a erros de interpretação de exames para diabetes de um paciente. Esse erro, se prolongado, pode gerar desde pequenos desconfortos até grandes prejuízos. Infelizmente, com a forma de como a medicina é realizada atualmente, adaptada ao modo de vida contemporâneo, não tem se dado muito a atenção para esse quesito.
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ResponderExcluirA raiva ou estresse é algo inato do organismo e serve para gerar respostas fisiológicas necessárias para aquela situação. Entretanto, quando se tem condições estressantes ao longo de um dia inteiro, como no transito, trabalho, casamento, filhos, despesas, vizinhos e outras coisas, a longa resposta fisiológica acaba sendo prejudicial ao organismo. O estresse libera adrenalina, que irá provocar uma explosão de energia para ser usada. Mas quando isso ocorre no transito, em que não há luta ou fuga, essa energia acaba descontrolando os níveis de colesterol, glicemia. levando até a quadros de diabetes e colesterol alto. É interessante a preocupação sobre esse tema, uma ''doença'' que acomete grande parte da população, e é tratada com ações como a do terapeuta belga citada na postagem.
ResponderExcluirClassicamente, a Neurologia é o ramo da medicina que diagnostica e trata distúrbios orgânicos do sistema nervoso, e a Psiquiatria os distúrbios da mente. Porém, com o avanço da neurociência, a fronteira entre as duas ficou cada vez menor e hoje se apoia mais na sintomatologia. Os distúrbios mentais, diferentes dos orgânicos, não possuem uma causa física aparente, porém os avanços no estudo do Sistema Límbico tem permitido o entendimento dos processos que geram as emoções, apesar de que muitos mistérios hoje não foram ainda desvendados. Acredita-se que a ansiedade, que é algo típico da vida contemporânea, hiper estimula a atividade da amígdala que estimula o hipotálamo a induzir a liberação de cortisol pela adrenal. O hipocampo, por sua vez, exerce efeito inibitório na liberação de cortisol. Entretanto, no caso de hiperatividade da amígdala e altas liberações de cortisol pode causar disfunção e degeneração dos neurônios do hipocampo. Dessa forma, a destruição do hipocampo torna a resposta ao estresse mais acentuada, fazendo com que o estresse se torne cada vez mais frequente e tenha maior intensidade, tornando-se um grande empecilho na vida das pessoas atualmente. Os conhecimentos bioquímicos e farmacêuticos no controle da taxa hormonal acabam se tornando de grande importância para a clínica nesse aspecto. O problema é a aplicação de tais métodos por parte dos profissionais de saúde, que deveriam estar se atualizando sempre que possível, o que infelizmente muitas vezes não corresponde à realidade. Fonte: Neuroanatomia Funcional, Angelo Machado.
ResponderExcluirA raiva é um sentimento interessante dos animais. No caso do ser humano, ela é tida como uma reação ruim e que deve ser evitada, mas é necessário entender que esse sentimento é resultado de tempos de evolução e devido a isso deve ter a sua importância. E tem. A raiva é um conjunto de reações fisiológicas no organismo para reagir a determinado estímulo externo que coloque de alguma forma possa trazer mal para o organismo. Como citado na postagem e nos comentários acima, durante o processo da raiva várias substancias são liberadas no corpo para que essa emoção evidencie-se, resultando na resposta raivosa da pessoa. E importante também separar a raiva da tristeza, mesmo que em muitos casos elas ocorram de forma simultânea ou uma pouco antes da outra. Ao contrário da tristeza a raiva energiza e até mesmo exalta, haja vista que o perigo é o disparador universal da raiva e, por isso, ela deixa o corpo mais ativo para reagir.
ResponderExcluirInteressante como alguns médicos exercem formas de tratamentos bem peculiares. O importante é que tais tratamentos tenham fundamentação teórica que os justifique e que os pacientes estejam de acordo e acreditem em sua eficácia. No caso citado, chama a atenção para a explicação de como a raiva interfere no Sistema Nervoso Autônomo, mais provavelmente no SNA simpático que atua preparando o corpo para situações de estresse. Dessa forma, explica-se a dilatação da pupila, vasodilatação, taquicardia e outras tantas expressões corporais desse sentimento psicológico de repercussões físicas.
ResponderExcluirBuscar terapias para o estresse relacionado ao trabalho dá lucro a todos. O estresse causa, além de sofrimento físico e mental, prejuízos financeiros também crescentes às empresas e ao sistema de previdência e seguridade social. O estresse produz certas modificações na estrutura e na composição química do corpo, que podem ser avaliadas. Algumas dessas modificações são manifestações das reações de adaptação do corpo, seu mecanismo de defesa contra o estressor; outras já são sintomas de lesão.
ResponderExcluirReferências:
ResponderExcluirhttp://gc.nesda.com.br/Conteudo/Arquivos/Biblioteca/Artigos%20T%C3%A9cnicos/Artigos%20B%C3%A1sicos%20de%20Neuroimunomodula%C3%A7%C3%A3o/estress_e_trabalho.pdf
Interessante o tratamento aplicado pelo médico. Não sei opinar com propriedade sobre a efetividade de tal método, mas é no mínimo peculiar que um médico - profissional cada vez mais criticado pela suposta falta de humanidade e acusado de "coisificar" seus pacientes - se "sacrifique" tão diretamente para tentar melhorar a condição de seus pacientes. Voltando à bioquímica da postagem, é possível ainda destacar um conjunto de ações que ocorrem no nosso organismo quando somos submetidos a uma situação de raiva: Os músculos ficam tensos; Neurotransmissores químicos do cérebro (catecolaminas) são liberados, causando uma explosão de energia durante alguns minutos; O ritmo cardíaco acelera; A pressão aumenta, assim como a taxa de respiração; O rosto empalidece graças ao aumento do fluxo sanguíneo para os membros, que estão se preparando para uma reação física; A atenção se estreita e fica concentra-se sobre o alvo da raiva. Logo em seguida, rapidamente neurotransmissores cerebrais adicionais e hormônios (entre eles a adrenalina e noradrenalina) são liberados, provocando um estado de excitação. Tudo isso ocorre com o objetivo de preparar o corpo para a luta contra o objeto de raiva. Logo, toda essa preparação seria descarregada no médico sádico..
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