O caso que iremos trabalhar nessa semana ocorreu na Iugoslávia:
"Segundo informações da agência de notícias da EFE de outubro de 2001, uma muçulmana da República de Montenegro foi ao médico pela primeira vez aos 55 anos porque sentia uma dor. Chegando lá, descobriu que tinha dois corações. Ela disse que isso explicava sua fama de ser a mulher que menos se cansava na aldeia onde vive"
É importante, antes de tudo, dizer que o Blog Bioquímica Histórica aconselha seus leitores a realizarem exames rotineiros para garantir a saúde e evitar que patologias possam desenvolver-se, dificultando o tratamento das mesmas.
"Os médicos me disseram que, devido ao fato de ter dois corações, posso viver mais que outras pessoas, mas eu não quero viver mais que o necessário. Prefiro que os dois corações parem ao mesmo tempo, quando eu já estiver velha e não conseguir mais me manter sozinha", afirmou Nuria Zekovic, detentora de dois corações.
É importante, também, citar que esse caso é raro, mas não único. Existem outros casos que assemelham-se ao de Nuria, como o caso de uma criança que teve parada de um de seus corações, mas que continua saudável.
Fazendo uma análise do caso, é importante fazermos um estudo sobre o coração. Sua principal função está no bombeamento do sangue por todo o corpo e, dessa forma, nutrir os tecidos. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que haja uma circulação, também, coronária (responsável por levar o sangue para nutrir o coração).
As principais formas de obtenção de energia por esse órgão são os carboidratos e os ácidos graxos, sendo que os estados em que o coração mais necessita de energia são o pós-prandial( após o almoço) e o de jejum, sendo que o período de jejum utiliza os ácidos graxos como forma de energia para a realização do metabolismo oxidativo, havendo uma grande concentração destes no sangue. Durante esse evento, ocorre inibição da oxidação da glicose, sendo esta utilizada para produzir glicogênio em um efeito conhecido como "efeito econômico da oxidação do ácido graxo", ocorrendo, também, diminuição da presença de insulina no sangue.
O processo inverso também ocorre. Nessa fase, em que temos níveis altos de glicose e insulina no sangue, os níveis de ácidos graxos circulantes são suprimidos, havendo supressão diretamente da glicólise no mecanismo de oxidação de ácidos graxos.
Nessas figuras à esquerda, podemos perceber na primeira figura o metabolismo oxidativo de ácidos graxos e na segunda figura o controle de insulina sobre a absorção da glicose pelo coração.
É importante, também, analisarmos o caso de intensos exercícios físicos prolongados. Nesse caso, o nível de lactato eleva-se e este se torna o principal combustível do coração, enquanto a oxidação da glicose e a captação de ácidos graxos contribuem, no máximo, em 20 por cento na energia necessária pelo coração. O lactato é absorvido pelo coração aeróbico e produzido durante a anaerobiose; então sua liberação no seio coronário pode ser um indicativo de isquemia do miocárdio. Uma vez absorvido, por processos específicos, o lactato é convertido em lactato desidrogenase.
A captação de glicose pelas células cardíacas ocorre controlada pelas transportadoras de glicose GLUT 4 e GLUT 1 por um processo que não requer energia. No caso de maior trabalho cardíaco, há um aumento no uso dos transportadores junto com a maior liberação de insulina que liga-se aos transportadores. Em casos de resistência à insulina, esta que ocorre em diversas doenças, temos um transporte de glicose prejudicados mesmo com níveis de insulina aparentemente normais ou altos.
Nesse ponto, percebemos que a existência de dois corações pode levar a uma maior necessidade de nutrientes que possam nutrir o órgão extra. Ao mesmo tempo, a aceleração do metabolismo causado por essa realidade acarreta em uma aceleração do metabolismo pela maior velocidade com que o sangue chega aos tecidos; portanto, os outros órgãos conseguem trabalhar com uma velocidade acima da considerada normal, mas sem chegar ao ponto de desgaste físico, pois essa não é uma condição de homeostase para nosso corpo.
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA6B4AF/bioquimica-dos-sistemascardiovascular-respiratorio?part=2
https://groups.yahoo.com/neo/groups/Genismo/conversations/topics/807
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA6B4AF/bioquimica-dos-sistemascardiovascular-respiratorio?part=2
https://groups.yahoo.com/neo/groups/Genismo/conversations/topics/807