quarta-feira, 15 de outubro de 2014

3ª Postagem: Preocupações com o ouvido

   "Em julho de 2001, a alemã Britta Frey foi a um hospital porque sentia arranhões no ouvido. Quando os médicos fizeram uma lavagem na orelha dela, descobriram uma lacraia lá dentro. Apesar de esse animal ser venenoso, Britta não sofreu nenhum ferimento"
    Com esse vídeo e nosso novo caso clínico, introduzimos um assunto que torna-se corriqueiro nas clínicas, principalmente nas voltadas ao atendimento infantil: objetos estranhos na cavidade auditiva.      Nesse contexto, damos ênfase no caso de insetos que, mesmo que as pessoas não achem que seja comum, podem entrar no ouvido e causar danos sérios.
     Antes de tudo, é necessário uma análise sobre esse importante órgão de audição e de equilíbrio. O ouvido pode ser dividido em três partes:
-Ouvido externo: Dividido em pavilhão(orelha) e meato acustico externo
-Ouvido médio: Também conhecido como cavidade timpânica, é formada por cavidade timpânica propriamente dita(espaço interno à membrana timpânica) e o recesso epitimpânico( espaço superior ao tímpano)
-Ouvido interno: Contém o órgão vestibulococlear(recepção do som e manutenção do equilíbrio)
Dessas estruturas, traremos uma ênfase ao meato acústico externo, pois devido ao tamanho dos objetos externo, é nesse canal que costumam estar presos, causando maior parte do dano no mesmo.
     Em um caso de corpo estranho no MAE, os quadros clínicos podem ser variados, pois dependem do tipo de objeto inserido. Ou seja, podemos ter casos assintomaticos até quadros clínicos de dores lacerantes. Em todos eles, é necessário o exame de otoscopia para confirmar o tipo de corpo estranho existente, bem como lacerações, presença de edemas e, possivelmente, perfuração da membrana timpânica.
      Obs: A Otoscopia é um exame comumente feito em exames gerais em crianças, com o objetivo de haver um exame visual direto no MAE e na cavidade timpânica
    Nos casos clínicos, o objeto estranho pode causar a otite externa, também conhecida como inflamação no meato acústico externo. Concomitantemente, existe a possibilidade do paciente ouvir zumbidos, prejudicando sua audição na comunicação com o nervo craniano vestíbulo-coclear, e iniciar uma tosse seca. Em casos de obstrução por insetos, o caso é mais preocupante, pois a incidência de zumbidos torna-se  maior, além de existir a possibilidade de picada do inseto, causando inchaço que dificulta a ação do profissional e iniciar um quadro de infecção, caso o inseto seja venenoso.
     É importante salientar que apenas profissionais que conheçam a anatomia do ouvido devem tentar retirar objetos estranhos para evitar piorar o caso com uma possível perfuração timpânica ou lesão dos ossículos( martelo, bigorna e estribo). Caso o corpo estranho seja um inseto, deve-se imobilizar o animal com solução oleosa no conduto ou usar tampão de algodão embebido em éter ou clorofórmio(essa última técnica caso já haja perfuração timpânica).
     A perfuração da membrana timpânica pode causar surdez através de lesões na corda do tímpano e dos ossículos da audição, sendo necessário reparo cirúrgico em casos mais graves. Caso esse seja o caso do paciente, a remoção instrumental deve ser feita, pois caso entre ãgua no ouvido pode-se ter infecção local ou desarticulação dos ossículos, agravando ainda mais a situação.
    No caso de infecções, é importante salientar a comunicação que o ouvido possui com a região nasal através da tuba auditiva, fato este que pode levar uma infecção a espalhar-se rapidamente para outras áreas do corpo.
    Também é importnte analisar o quadro clínico de casos em que o objeto é uma pilha e bateria pequena, surgidas com o avanço tencológico. Nesse caso, conhecido como lesão química, os maiores riscos estão na possibilidade de vazamento da substância alcalina e lesão tecidual, causando queimaduras desde o ouvido até a região nasal.
    Essa postagem está voltada principalmente para os caos infantis, pois são as crianças que costumam descobri o mundo e levar objetos estranhos ao MAE, mas também vemos casos em adultos, principalmente quando falamos do caso de insetos.

domingo, 12 de outubro de 2014

2ª Postagem: A realidade do estresse

   Nessa proxima postagem, iremos dar continuidade ao tema apresentado na semana passado com uma ênfase em um dos motivos que, na atualidade, tem feito grande parte da população procurar um médico devido às consequências fisiológicas do problema: o estresse.
   Antes de tudo, é importante lembrarmos que o mecanismo do estresse tem sua função no nosso organismo. O estresse, antes de tudo, é responsável por ativar o Sistema Nervoso Autônomo Simpático através da liberação de mediadores químicos( entre eles, a adrenalina) que resulta em alterações fisiológicas( midríase, vasodilatação, diminuição dos peristaltismos) capazes de nos auxiliar em momentos de fuga ou luta. Como pode ser constatado, a manifestação do estresse teve grande importância no passado histórico de nossa espécie e ocasionou em nossa sobrevivência; porém o estresse do mundo moderno é bem diferente do que existia no passado.
   Nessa questão, devemos entender a principal diferença entre os dois tipos de estresse. No caso atual, o estresse costuma manifestar-se através de ações desagradáveis, como engarrafamentos e pressões psicológicas. Tal fato leva a um aumento no estresse, mas de forma pequena e gradual, bem diferente dos tempos antigos em que a resposta de estresse era bem maior através da liberação de mediadores químicos m maior quantidade. No entanto, esse aumento discreto e constante nos níveis de estresse vão ocasionando em respostas indesejáveis pelo corpo.
   De certa forma, isso auxilia na explicação de que o estresse não é considerado como uma doença patológica. Mais ainda, de acordo com o dicionário Aurélio, essa palavra significa " conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar a homeostasia"
   Através da imagem abaixo, entenderemos mais sobre os efeitos do estresse no nosso corpo:
   Essas alterações costumam ocorrer em casos de pacientes que passam por momentos de estresse constante ou por um de grande estresse. Isso se torna perceptível nos casos de estudantes que possuem provas importantes ou de adultos com rotinas massacrantes e exageradas. 
   O estresse também pode ser um indicativo de mudança. Essa, tais como a programação de uma viagem ou a chegada de um filho, serve para indicar que estaremos alterando nossa rotina e representa uma forma de "proteção" que o corpo encontra contra uma situação que altera aquilo que já está "acostumado" pelo organismo.
    No entanto, o estresse também possui sua finalidade no tempo atual. Ele serve como uma prova de que algo está errado. Retirando o último caso tratado, por motivos óbvios, o aumento do estresse ao ponto de ocasionar respostas fisiológicas negativas serve como uma forma do organismo indicar problemas no equilíbrio. Dessa forma, em casos de pacientes com estresse exagerado, mudanças são necessárias em seu cotidiano.

   Existe também o chamado Estresse Pós-Traumático( este já classificado como uma doença) muito comum em soldados. Nesse caso, temos a divisão em três grupos: a reexperiência traumática, a esquiva e distanciamento emocional e a hiperexcitabilidade psíquica. A reexperiência traumática caracteriza-se pela capacidade do indivíduo reviver o ocorrido ao invés de aceitá-lo como passado, sendo os menores estímulos capazes de reavivar a situação e causar emoções negativas. A esquiva e o distanciamento emocional surgem como uma forma do paciente fugir daquele sentimento de gande ansiedade e de sofrimento de sua experiência, muitas vezes acompanhada por estímulos externos( álcool, drogas, sexo) que procurem causar conforto e amnésia seletiva. A hiperexcitabilidade psíquica é a mais próxima do estresse comum, resultando em respostas fisiológicas para o acontecido. 
   Nesse caso de estresse pós-traumático, os casos clínicos mais conhecidos são os de ex-militares, principalmente os dos Estados Unidos. Tais casos apontam as experiências da guerra como fato desencadeador do problema, resultando em muitos destes pacientes com aspectos de anti-sociabilidade, depressão ou, até mesmo, loucura após retorna da guerra.

Referências:
http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/estresse/
http://www.cerebromente.org.br/n03/doencas/stress.htm#provoca
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v23n4/7170.pdf

terça-feira, 7 de outubro de 2014

1ª Postagem: O médico sádico(?)

    Nesse blog, teremos como objetivo investigar historias dos casos clínicos juntamente com o auxílio do ''olhar bioquímico'' para acrescentarmos informações nas descrições.
    Nosso primeiro caso tem a seguinte manchete:
''O terapeuta belga Patrick Vermeir pôs em prática uma nova forma de tratamento: ele permitia que seus pacientes o espancassem para que se livrassem do estresse do trabalho. Ele usava uma roupa protetora e, depois que apanhava, conversava com o paciente sobre o que desencadeou a raiva.''
    Algo que para muitos seria cosiderado ínfimo foi trabalhado por Patrick Veimer de uma forma um tanto... curiosa. Nessa forma de tratamento, é necessário uma análise sobre seus reais motivos.
  A raiva é interpretada como uma emoção e, como tal, representa uma alteração psicológica que possui consequências nas áreas comportamental e física; no caso, desagradáveis. Sua influência começa através do sistema nervoso autônomo e, por conseguinte, passa à ativação motora e à ativação glandular., tal como é o caso da glândula adrenal que libera a adrenalina.
    O problema maior não é representada pela demonstração do sentimento de raiva em si, pois, como qualquer sentimento, esta é uma representação de uma emoção em sua forma física. No entanto, quando a mesma(ou outras emoções que acompanham, tal como a ansiedade) permanece por tempos prolongados, o bem estar psicológico será seriamente prejudicado e as alterações fisiológicas tornar-se-ão excessivas ao corpo. Tal situação torna-se comum nos casos em que o paciente procura "controlar" suas emoções, mas isso não indica que o paciente não esteja experimentando essas emoções negativas que, mais ainda, podem acumular-se até um momento de manifestação máxima, também conhecida como "explosão" do paciente.
    Eis o principal fator da terapia utilizada por Patrick Vermeir. Em sua forma de tratamento, a primeira parte consiste em evitar esse acúmulo de sentimentos negativos no paciente para evitar a alta reatividade fisiológica.
    Entre essas respostas do organismo, podemos citar:
-Dores constantes de cabeça, lombalgias e, no caso das mulheres, dores pré-menstruais
-Diminuição no sistema imunológico, indicando uma facilidade do paciente em adquirir doenças
-Hipertensão arterial, arritmias e outros transtornos cardiovasculares
-Síndrome da hiperventilação, rinite alérgica e outros transtornos respiratórios
-Dermatites, urticária e outros transtornos dermatológicos
   É importante ressaltar, também, que as manifestações do estresse e das emoções negativas pode ocorrer de formas indiretas, tal como a atuação de uma prática de vida que não seja saudável, mas que procure dar um "conforto" imediato ao seus praticantes, resultando, futuramente, em consequências como a diabetes e a queda da auto-estima.
   Anatomicamente falando, o estado de raiva é originado através do sistema límbico ou sistema das emoções. Nesse caso, tem-se o hipotálamo como principal centro responsável pelo controle da raiva, trabalhando em conjunto com a área pré-frontal e com o hipocampo.
Falaremos mais sobre o estresse em nossa poxima postagem.